terça-feira, 14 de abril de 2009

Tetemunho de uma Visita de Estudo

Um Dia no Museu Arqueológico e Castelo de Silves e nas Ruínas Romanas de Vilamoura

Aos vinte e seis dias do mês de Fevereiro, as turmas B e C do 7.º ano de escolaridade, no âmbito dos conteúdos programáticos da disciplina de História, realizaram uma visita de estudo a Silves (Museu Arqueológico e Castelo)e às Ruínas Romanas do Cerro, em Vilamoura.




No Museu Arquológico de Silves iniciámos por observar variadíssimos vestígios deixado pelo homem da Pré-história, nomeadamente dos períodos do Paleolítico, neolítico e Calcolítico (Idade dos Metais). O espólio destes períodos era constituído fundamentalmente por lâminas, raspadores, seixos quebrados, mós, foices, vasos, machados em pedra polida, armas (espadas) e monumentos megalíticos (Menires).
Relativamente às civilizações antigas, há a destacar abundantes vestígios deixados, nesta localidade de Silves e arredores, por Gregos, Fenícios, Romanos e, mais tarde, por Muçulmanos.
Da civilização romana há a salientar a abundância de moedas em ouro e estanho, com a figura de imperadores, além de inúmeros objectos de adorno (pulseiras, anéis, brincos, colares), instrumentos cirúrgicos (agulhas, facas, tesouras) e vasos cerâmicos (ânforas para colocar géneros alimentícios, sobretudo cereiais, vinho, azeite e o célebre Agarum), além de taças decoradas em terra sigilata, lucernas.
No piso inferior do Museu, o que mais nos fascinou foi a linda e grande cisterna da época muçulmana, devidamente recuperada, que abastecia água à Vila de Silves, sobretudo na eventualidade de ocorrerem ataques à localidade.



A cerâmica do período muçulmano é muito diversificada, quer na forma, quer na decoração, com o predomínio de cores, tais como: branca, negra, azul e amarela. O que tornou original a cerâmica muçulmana, quando comparada com a de outras civilizações, foi o uso do vidrado, até então nunca visto na península ibérica.
Da época da Reconquista Cristã há a registar a existência de uma ossada completa de um guerreiro cristão, ferido por um projéctil, que lhe fracturou uma vértebra dorsal, que o imobilizou fatalmente.
No Castelo de Silves foi possível verificar as escavações arqueológicas que estão a ser feitas actualmente a um Palácio Muçulmano, que mostram o gosto e o a comodidade destes palácios entre os Muçulmanos. Ainda nos deixámos fascinar pela grandiosidade da cisterna que existe no interior do castelo, além do perímetro das muralhas feitas de grês vermelho, típico da zona de Silves.

















Já nas Ruínas Romanas do Cerro da Vila, em Vilamoura, a nossa guia iniciou a visita descrevendo uma Villae (casa rústica de campo), que pertencia a um aristocrata romano. Todo o apavimento desta habitação é feito de mosaico com tonalidades em negro, branco e escassamente o castanho. A decoração destes mosaicos é geométrica e, logo no hall de entrada (Ostium), existe uma Cruz Suástica que simbolizava as boas vindas e a harmonia, entre os Romanos.





Atravessado esse hall, seguimos para o Peristylium (Pátio central) rodeados de colunas e as principais divisões do complexo habitacional. Neste pátio existe o Compluvium (tanque que funciona como pequeno, lago onde se recolhem as águas pluviais). Este lago era um autêntico espelho que reflectia a luz solar para os diversos compartimentos circundantes, que somente tinham abertura para esse lago e não para o exterior.
Na sequência da nossa visita, verificamos o Salão de Banquetes, local onde os convivas se distribuíam em "U", conforme a sua importância social. Os mesmos inclinavam-se sobre um Triclinum, sendo servidos de carne de caça, vinho e pão, por escravos. Como os romanos se excediam na quantidade de alimentos que ingeriam, dirigiam-se com frequência a um Vomitorium, para se libertarem dos alimentos em excesso.
Ainda neste espaço da habitação aristocrática, visiámos a área dos banhos privados, onde existem vestígios de um Caldarium (banho quente), Tepidarium (banhos mornos) e Frigidarium (banhos frios). Sob o caldarium existem vestígios da fornalha que mantinha sempre quente o pavimento cerâmico dos banhos quentes, sobre o qual os romanos se deslocavm com socas de madeira, pois o chão estava sempre muito quente. Sobre este pavimento eram lançadas canecas de água fria que se evaporava e permitia a sauna, prática muito apreciada pelos romanos, que muito prezavam a sua higiene pessoal.




De seguida tivemos acesso aos celeiros e ao poço abastecedor de água potável, para consumo da habitação.
Já no espaço público, observámos a Natatium (piscina de banhos públicos), de maior dimensão.
Por último, foi-nos informado que nesta vila se confeccionava o célebre Agarum (paté feito de peixe e moluscos), muito apreciado em Roma, para onde seguia em grandes ânforas.



Ainda há a registar que nesta vila existem vestígios de um porto fluvial e um crematorium para incenerar os corpos dos fefuntos familiares, que eram colocados em vasos próprios, que se encaixavam em cubiculos do monumento funerário.
Para concluir a visita a este espaço, ainda nos foi proporcionada uma visita rápida ao Museu desta estação arqueológica, onde existem muitos vestígios aqui encontrados, conforme se avançam as escavações, para estudo e análise por especialistas.



Como ainda nos restou algum tempo, ditigimo-nos à Marina de Vilamoura, que se situa frente às Ruínas, para saborearmos um gelado de variados sabores.

(relatório realizado pelos alunos do 7.º ano - turma C e pelo docente da disciplina de História, na última aula do segundo período lectivo)

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